A Um Destes Meus Pequeninos

A parábola de Jesus sobre o julgamento final é muito difícil de absorver. Ela exige que a pensemos de um jeito que não estamos acostumados a fazer.

Mateus 25.31-46

Em nossos dias, gostamos de pensar em Jesus como perfeito, puro, santo e modelo de tudo aquilo que consideramos bom. Por outro lado, tendemos a sentir repulsa por tudo aquilo que nos lembra assassinos, estupradores, ladrões e pessoas que violentam crianças. Nós nos afastamos do contato mais próximo com pessoas que possuem o vírus da AIDS, da tuberculose e alguns tipos de câncer. Nós tentamos evitar aquelas pessoas que vivem em meio a imundície. Nós até mesmo evitamos nos aproximar de pessoas que vivem na pobreza.

Ver Jesus em cada um destes personagens pode ser muito difícil para alguns de nós. Mas também era difícil fazê-lo no tempo de Jesus.

Contudo, o objetivo da parábola é inconfundível. Tudo aquilo que fizermos em nossa sociedade àquelas pessoas que são menos consideradas, estaremos fazendo a Jesus. E tudo aquilo que negarmos aos marginalizados, estaremos igualmente negando a Jesus. Não há outra interpretação.

Em nossos dias, poucas pessoas aceitam a verdade desta parábola. Quem assim o faz não tenta esconder-se do contato com os oprimidos. Compartilha as ansiedades, os sofrimentos e as decepções daqueles que são menos aceitos em nossa sociedade.

É interessante perceber que aqueles de nós que não experimentam tal comportamento solidário, consideram os que de fato o experimentam como “santos”. Mas não é nada disso, eles somente ajudam os necessitados (que foram criados por Deus como nós também fomos) porque obedecem ao mandamento de amar ao próximo como a nós mesmos.

Muitos de nós procuram por um tipo de compromisso para trabalhar na missão. Sabendo que nos sentimos mal quando entramos em contato direto com os marginalizados, tentamos descobrir um limite confortável para a nossa atuação em favor deles. Em geral chegamos a conclusão que podemos enviar algo para eles. Podemos financiar pessoas para fazer o que não temos coragem de fazer, podemos mandar dinheiro ou podemos mandar alimentos e roupas.

Mas também precisamos considerar o que recebemos “destes pequeninos irmãos”, a quem somos desafiados a dar. Pode ser que só recebamos “emoções negativas”. Quando isto ocorre, devemos nos conscientizar que os marginalizados são criaturas de Deus, tanto quanto nós. Então, talvez, possamos conhecer seus sofrimentos e sentir uma grande disposição em ajudar estas pessoas e começar a conhecê-las melhor. Aqueles que consideramos “santos” são unânimes em declarar que seu trabalho resulta em grande crescimento pessoal ao ajudar os oprimidos.

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