Um pastor que conheço gosta de contar as histórias bíblicas como se elas tivessem acontecido nos nossos dias, e como se nós estivéssemos envolvidos diretamente nelas. Certa vez, ele agiu assim em seu primeiro sermão, em uma nova nomeação. Contou a história de uma refinaria de petróleo que pegara fogo. Chamas e fumaças se propagavam de tal forma que os bombeiros não conseguiam nem mesmo aproximar-se do incêndio. De repente o fogo acabou. Para surpresa de todos, a estrutura de metal estava fria, a grama ao redor nem mesmo chamuscada estava e nem uma gota de óleo havia sido consumida pelo fogo! Ele disse que por meio desta experiência ouviu Deus chamá-lo para o pastorado. Este pastor falou que à medida que contava a história, a congregação ficava visivelmente aborrecida. Eles obviamente imaginavam: Que tipo de maluco o bispo nos enviou como pregador? Contudo, assim que eles perceberam que se tratava da história de Moisés e a sarça ardente, tudo voltou ao normal. Aparentemente, as pessoas achavam que no caso de Moisés não havia nada de errado com essa experiência, mas para o pastor era inconcebível.
Êxodo 3.4-8
A reação da congregação levanta algumas questões interessantes. Será que Moisés realmente viu uma sarça ardendo em chamas, mas não se consumindo? Se foi assim, será que as pessoas de sua época achavam que ele era um maluco? Teria o chamado de Moisés sido igualmente válido se ele não tivesse visto a sarça ardente? Na Bíblia, o fogo frequentemente serve como um sinal da presença de Deus. Pode alguém descrever o chamado de Deus sem o representar com uma imagem simbólica? De qualquer forma, como acontece o chamado?
Tentar explicar o episódio da sarça ardente em termos puramente psicológicos, como fruto da imaginação de uma mente sensível que criou toda a história, seria completamente errado. Moisés era realmente sensível para as dores das pessoas e sua imaginação inquestionavelmente o preparou para esta manifestação de Deus. Entretanto, esta foi uma real e genuína manifestação do Senhor para Moisés. Deus entrou na vida de Moisés sem ser convidado e esperado para chamá-lo a agir.
E, então, será que as pessoas consideravam Moisés um “maluco”? Alguns com certeza achavam. De início, o próprio Moisés achou que o plano divino era inviável. O chamado de Deus sempre nos estremece porque é um chamado para ação e para o desconhecido. Mas aqueles a quem Deus chama, Ele sempre os equipa para a tarefa. “Eu estarei contigo”, Deus disse a Moisés; e Moisés creu. Deus também está chamando a você e a mim.